No recente webinar “Desvendando o Futuro do Pix”, organizado pela Belvo, especialistas discutiram os avanços e as tendências do Pix, um sistema de pagamento que revolucionou o mercado brasileiro. Moderado por Gabriela da Cunha, jornalista do Valor Investe, o evento contou com a participação de Albert Morales, gerente geral da Belvo no Brasil, Bruno Balduccini, sócio do Pinheiro Neto Advogados, Ana Luiza Martins, líder da área de Carteira Digital do iFood Pago, e Gustavo Lino, diretor executivo da INIT (Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento).
Sumário
- A revolução do Pix no Brasil
- O papel do Banco Central e a regulação
- Novas funcionalidades e o futuro do PIX
- Iniciadores de Transação de Pagamento (ITPs) e Open Finance
- Tendências para o PIX em 2025
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- Transferências Inteligentes e flexibilidade para o usuário
- Uso do Pix em novos casos e inclusão financeira
- Pix por Biometria: A nova fronteira para pagamentos seguros
- Impacto no e-commerce e eficiência operacional
- O futuro das carteiras digitais e o papel do Open Finance
- A segurança como pilar fundamental
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- O futuro do débito automático com o Pix Automático
- Conclusão: O que esperar do Pix em 2025
A revolução do Pix no Brasil
Ana Luisa Martins destacou que o sucesso do Pix está ligado a três fatores principais: eficiência operacional, custo acessível e usabilidade. Segundo ela, o Pix conseguiu se destacar ao atender esses três requisitos fundamentais, oferecendo um meio de pagamento instantâneo, de baixo custo e com ótima experiência de uso para os usuários. Ana também ressaltou o papel crucial do Banco Central na criação de uma infraestrutura robusta e segura que facilitou a ampla aceitação e adoção do Pix no mercado brasileiro.
“O mercado de pagamentos está se transformando rapidamente graças ao Pix. É uma ferramenta que não só facilita transações, mas também traz uma nova dinâmica para a forma como as empresas interagem com seus clientes.” – Ana Luiza Martins, Head de Carteira Digital do iFood Pago.
O papel do Banco Central e a regulação
Bruno Balduccini explicou que a entrada do Banco Central na regulação de meios de pagamento, a partir de 2013, foi fundamental para a criação do ambiente competitivo que permitiu o desenvolvimento do Pix. Ele destacou a importância das instituições de pagamento (IPs), que ajudaram a quebrar a concentração dos grandes bancos no mercado, permitindo a entrada de novas fintechs, como Nubank, Mercado Pago e PagSeguro, que ampliaram o acesso da população aos serviços financeiros.
“O Pix é um exemplo de inovação que conecta e expande o mercado. Ele é a espinha dorsal para as fintechs desenvolverem novos produtos e oferecerem melhores soluções para os consumidores.” – Bruno Balduccini, sócio do Pinheiro Neto Advogados.
Novas funcionalidades e o futuro do PIX
Albert Morales discutiu as novas funcionalidades que estão sendo desenvolvidas para o Pix, como as Transferências Inteligentes e os pagamentos recorrentes. Ele explicou que essas inovações têm como objetivo facilitar ainda mais a movimentação de dinheiro entre diferentes contas e oferecer uma experiência de uso mais fluida e integrada. Segundo Morales, essas melhorias representam apenas o começo de uma nova fase para o Pix, que continuará evoluindo e se consolidando como uma ferramenta essencial no mercado financeiro brasileiro.
“Com as transferências inteligentes, estamos trazendo uma nova dimensão de automação e eficiência para os pagamentos. Isso permite que os usuários configurem regras personalizadas para suas transferências, otimizando tanto o tempo quanto os custos das transações, tudo isso integrado ao ecossistema do Pix.” – Albert Morales, Gerente Geral da Belvo.
Iniciadores de Transação de Pagamento (ITPs) e Open Finance
Gustavo Lino abordou a criação do Iniciador de Transação de Pagamento (ITP), uma nova modalidade dentro do Open Finance que permite a realização de transações financeiras sem a necessidade de intermediar o fluxo de dinheiro. Ele explicou que o ITP é uma inovação inspirada em modelos internacionais que promete trazer ainda mais eficiência e acessibilidade para o uso do Pix, contribuindo para a expansão do Open Finance no Brasil.
“O Open Finance no Brasil tem o potencial de se tornar o padrão global. Estamos apenas começando a ver os benefícios de uma integração completa com soluções como o Pix.” – Gustavo Lino, Diretor Executivo da INIT.
Tendências para o PIX em 2025
Os participantes concordaram que, apesar do sucesso do Pix, há ainda muitas oportunidades para expandir suas funcionalidades e casos de uso. O foco para os próximos anos será em aprimorar a experiência dos usuários e integrar novas tecnologias que permitam uma utilização ainda mais ampla do sistema, como o uso do Pix em operações de embedded finance, onde empresas de diferentes setores poderão oferecer serviços financeiros diretamente em suas plataformas.
O webinar destacou o papel transformador do Pix no mercado brasileiro e as perspectivas de um futuro ainda mais inovador, impulsionado pelo Banco Central e pela crescente adoção do Open Finance. Com novas funcionalidades em desenvolvimento e um ambiente regulatório favorável, o Pix continua a moldar o futuro dos pagamentos no Brasil e a servir como referência para sistemas de pagamento instantâneo ao redor do mundo.
Transferências Inteligentes e flexibilidade para o usuário
Um dos pontos discutidos durante o webinar foi a capacidade das Transferências Inteligentes em eliminar fricções na movimentação de dinheiro. Essas transferências permitem que os usuários mantenham um saldo mínimo em suas contas, automatizando os depósitos quando necessário. Essa funcionalidade é especialmente útil em situações como viagens internacionais, onde pode faltar conexão à internet, evitando constrangimentos em pagamentos ao garantir que a conta tenha sempre o saldo adequado.
Uso do Pix em novos casos e inclusão financeira
O debate destacou como o Pix por Aproximação e o Pix por Biometria têm potencial para transformar a experiência de pagamento, tanto online quanto offline. O Pix por Aproximação busca replicar a conveniência dos pagamentos por cartão, permitindo transações rápidas e fáceis no mundo físico e digital. Essas soluções são vistas como uma evolução importante para democratizar o acesso aos pagamentos, especialmente para aqueles que não possuem cartão de crédito ou enfrentam limites baixos.
Pix por Biometria: A nova fronteira para pagamentos seguros
Com o lançamento do Pix por Biometria, programado para testes em novembro, os usuários poderão realizar pagamentos utilizando apenas a biometria, sem a necessidade de copiar e colar chaves Pix. Isso vai proporcionar uma experiência de pagamento ainda mais fluida e segura, semelhante ao que já vemos com carteiras digitais como Apple Pay e Google Pay.
Impacto no e-commerce e eficiência operacional
Uma vantagem significativa para o e-commerce é a redução da taxa de abandono de carrinho e a melhoria na eficiência dos pagamentos. A possibilidade de pagamentos instantâneos com Pix, diretamente na conta do vendedor, elimina a necessidade de prazos de liquidação de até 24 horas, que muitas vezes resultam em vendas perdidas. Essa inovação tem o potencial de desbloquear mais vendas e melhorar a gestão de estoque.
O futuro das carteiras digitais e o papel do Open Finance
Os oradores também levantaram a questão sobre o possível ressurgimento das carteiras digitais com a introdução do Pix por Biometria. Ao permitir que os usuários armazenem fundos e realizem pagamentos diretamente a partir dessas carteiras, sem depender exclusivamente dos bancos tradicionais, essa tecnologia pode redefinir a principalidade de contas e abrir novos caminhos para os arranjos financeiros no Brasil.
A segurança como pilar fundamental
Por fim, um tema recorrente foi a segurança das transações via Pix, especialmente quando combinadas com as funcionalidades do iniciador de pagamentos. A combinação de validações robustas garante que as transações sejam altamente seguras, proporcionando aos usuários uma experiência de pagamento confiável, seja no ambiente físico ou digital.
“A segurança nas transações com Pix não é uma opção, é uma necessidade. O Banco Central tem trabalhado duro para garantir que a evolução da tecnologia seja acompanhada de medidas robustas de proteção contra fraudes.” – Albert Morales, Gerente Geral da Belvo.
O futuro do débito automático com o Pix Automático
O debate também se aprofundou no débito automático com a introdução do Pix Automático, uma funcionalidade programada para ser lançada em junho de 2025. A solução promete revolucionar o mercado de pagamentos ao permitir transações programadas e automáticas, com valores variáveis, sem a necessidade da presença do usuário. Essa evolução promete substituir o débito automático tradicional e reduzir custos para as empresas, além de democratizar o acesso para pequenas e médias empresas que anteriormente tinham dificuldades em participar desse fluxo de pagamento.
Uma das principais apostas do evento foi a relação do Pix com o mercado de crédito. Especialistas acreditam que, com a introdução do Pix Automático, as fintechs de crédito terão uma oportunidade única de oferecer empréstimos de forma mais eficiente, com custos reduzidos e menor risco de inadimplência. O sistema permitirá que os pagamentos sejam realizados automaticamente, garantindo que os clientes honrem seus compromissos financeiros de forma prática e segura.
Conclusão: O que esperar do Pix em 2025
O ano de 2025 promete ser um marco para o Pix, com várias inovações e funcionalidades que vão além das fronteiras do Brasil, como o Pix internacional e novas soluções para o mercado de crédito e pagamentos. O consenso entre os especialistas é que o Pix continuará evoluindo, tornando-se cada vez mais conveniente e seguro tanto para os consumidores quanto para as empresas.
Essa transformação contínua no sistema de pagamentos brasileiros é um passo fundamental para a inclusão financeira e para a modernização dos serviços financeiros no país. A Belvo, juntamente com outras empresas líderes do setor, continuará a acompanhar de perto essas mudanças e a contribuir para a evolução do ecossistema financeiro.