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Como calcular o ROI com o Open Banking

Guilherme Wenceloski

Guilherme Wenceloski Account Executive

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Como calcular o ROI com o Open Banking

Muito tem se discutido sobre o compartilhamento aberto de dados financeiros e como isso irá revolucionar o mercado de serviços e produtos financeiros. Porém, conseguir calcular e demonstrar os benefícios do novo modelo é crucial para justificar sua adoção. Para isso, vamos falar sobre os fatores que comprovam o ROI de modelos de Open Banking.

Diversas empresas, tradicionais ou startups, fintechs ou outras techs, têm se movimentado com as suas estratégias para implementar e fazer proveito dos potenciais ganhos deste sistema que fará com que usuários compartilhem seus dados bancários com os mais diversos aplicativos e plataformas.

Nesta corrida para participar do Open Banking, muitos gestores, CS e Product Managers têm se deparado com a seguinte questão: como justificar meu gasto para implementar o uso de dados vindos do Open Banking? Em outras palavras, qual será meu ROI (retorno sobre o investimento) se eu utilizar o Open Banking?

Geralmente, uma resposta automática dada por boa parte dos líderes de Produto é estimar valores e realizar suposições sobre qual será o impacto direto. Por exemplo, “se oferecermos acesso ao Open Banking, nosso churn reduzirá, e consequentemente a receita crescerá”.

Com todo o dinamismo do mercado financeiro, dificilmente será possível medir o ROI ao utilizar o Open Banking (ou Open Finance, em alguns casos) apenas assumindo ou estimando valores. Por isso, este artigo aborda o ROI sob a ótica de quais são os principais benefícios para um produto ou serviço com a adoção de um modelo de Open Banking.

Os benefícios aqui listados foram inspirados e extraídos do relatório de Tendências do Open Finance em 2021 lançado pela Belvo.

1. Acesso a dados enriquecidos 📊

Por muito tempo, startups batalharam lado a lado com as empresas tradicionais do mercado através de experimentação e validação de hipóteses. Isso levou à criação de produtos disruptivos, novos mercados e mais demanda. A maioria dessas startups aplicaram na prática conceitos de organizações exponenciais que têm como uma das principais premissas o uso intensivo de dados.

O Open Banking é uma fonte gigantesca de informações e, portanto, de conhecimento sobre o cliente. É possível conhecer o perfil de compra de um determinado usuário ao verificar suas transações do cartão de crédito ou seu extrato bancário (logicamente, com o consentimento dele). Estes dados, que estarão disponíveis brutos, poderão ainda ser consumidos já interpretados através de soluções de enriquecimento de dados de empresas facilitadoras, que além de prover a informação crua, podem enriquecê-la e fornecer insights sobre o seu usuário. Informações como verificação de renda, despesas recorrentes, categorização dos gastos e receitas já são uma realidade.

2. Processo automatizado 🤖

Vivemos a era da personalização e automação. O usuário não quer realizar mais processos manuais. Vejamos o caso de uma solicitação de empréstimo no modelo tradicional. O cliente precisar gerar um extrato bancário no app do banco, baixar como PDF e depois fazer o upload no onboarding para conseguir solicitar o empréstimo. O processo, além de ser uma péssima experiência para o usuário, gera atrito e pode interferir na conversão do cliente. É um modelo ineficiente que ficará defasado conforme mais empresas forem aplicando modelos de Open Banking em seu fluxo.

A agregação de dados bancários, como histórico e produtos financeiros consumidos, e a atualização dessas informações passam a ganhar agilidade e fluidez com a implementação do Open Banking. Há um ganho de eficiência natural no processo e na operação, fazendo com que empresas que utilizam este formato de coleta de dados tenham um tempo de resposta menor e uma experiência de usuário mais autônoma.

3. Experiência do usuário 👩🏽‍💻

Os dois primeiros benefícios discutidos falam muito do ganho da empresa, mas refletem diretamente nesta terceira e crucial justificativa de ROI: a experiência do usuário. Com a implementação do Open Banking, as empresas podem oferecer ao usuário uma experiência mais personalizada e soluções específicas para suprir suas reais necessidades.

Uma vez com os dados financeiros coletados e os processos automatizados, os times de Customer Success, Marketing ou Produto ficam munidos de informações para desenhar jornadas do usuário que refletirão em uma maior taxa de conversão, maior usabilidade do produto e maiores interações.

Além disso, o Open Banking normalmente funciona de forma transparente. Ou seja, mesmo que haja a ação de um software terceiro para a conexão com os dados financeiros do usuário, tudo se passa dentro da aplicação que está requisitando a informação. Logo, o usuário realiza todo o processo no mesmo ambiente, onde encontra todas as informações que precisa para autorizar e estabelecer a conexão.

4. Inclusão financeira com o Open Finance 🌎

Pelos mais variados motivos, os grandes bancos não atendem de forma satisfatória boa parte da população, isto é um fato no Brasil. Entretanto, existem muitas pessoas que podem e precisam ser incluídas no sistema financeiro. Neste ponto, vamos um pouco além do Open Banking e já começamos a tratar de dados e modelos de Open Finance, que hoje também já é uma realidade através de empresas facilitadoras, como a Belvo.

O Open Finance não abrange apenas dados vindos de bancos, mas também de qualquer fonte que movimente dinheiro. Um exemplo bem comum de fontes alternativas são as contas de motoristas de aplicativos como Uber e Rappi. O modelo do Open Finance permite que empresas acessem informações e dados financeiros que antes eram inacessíveis, por não constarem em nenhuma instituição financeira tradicional.

A partir deste acesso, produtos e serviços financeiros podem passar a atender pessoas desbancarizadas ou sub-bancarizadas que precisam dos mesmos. Através de dados inéditos e enriquecidos, as empresas se tornam capazes de modular e criar novos produtos e, consequentemente, acessar novos mercados.

5. Diversificação de receitas 💸

Para concluir, temos um último benefício que pode ser usado para justificar o ROI. Ao investir em uma estratégia para modelos de Open Banking (ou Open Finance), as empresas têm ganhos diretos em relação a acesso a dados, automação de processos e experiência de usuário. Estes ganhos permitem o aprimoramento de processos, melhor compreensão sobre o usuário e as demandas por ele solicitadas. Tudo isso, por sua vez, culmina em novas oportunidades para negócios e produtos, novos canais e parcerias, o que pode levar a novas linhas de receitas até então inexistentes ou inexploradas.

Este artigo foi originalmente publicado no LinkedIn e não tem a pretensão a substituir modelos matemáticos, estudos de mercado e produto para o cálculo do ROI. O texto busca apenas analisar o retorno de investimento em modelos para implementação do Open Banking pelo viés de negócios e produtos.

✍️ Guilherme Wenceloski é Business Development Representative na Belvo.

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