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Open Finance: o que é e como funciona? 

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Open Finance: o que é e como funciona? 

O Open Finance está cada vez mais popular entre consumidores e empresas, mas de onde o modelo vem e como ele funciona?

Sumário

Em 2022, a Comissão Monetária Nacional (CMN) promoveu uma mudança na agenda brasileira de modelos financeiros abertos, alterando o nome do Open Banking para Open Finance. Mas o que isso significa?

Uma maneira simples de descrever o Open Finance é como um modelo de compartilhamento de dados que permite aos usuários dividir suas informações financeiras com terceiros, sendo elas provenientes não necessariamente de um banco.

Podemos dizer que o modelo é a evolução do Open Banking: o movimento que estabeleceu as regras que permitem aos indivíduos compartilharem suas informações bancárias com terceiros através de APIs (Application Programming Interfaces), fomentando a concorrência e o desenvolvimento de soluções financeiras cada vez mais personalizadas. 

Para entender melhor o contexto, baixe agora o estudo “Panorama do Open Banking na América Latina”.

Isto significa que as pessoas podem ter um canal seguro para compartilhar facilmente suas informações bancárias com outras empresas.

O Open Finance expande o alcance dessa base de dados. Inclui, por exemplo, dados das autoridades fiscais, seguradoras, fundos de previdência ou mesmo provedores de serviços públicos, que também podem ser acessados, enriquecidos e aproveitados para construir novos produtos financeiros graças a este modelo.

Ainda, novos modelos de pagamentos, alavancando a praticidade do Pix, são desenvolvidos sob o escopo do Open Finance no Brasil: é o caso da iniciação de pagamentos.

De onde vem o Open Finance?

Um dos primeiros exemplos de implementação do Open Finance ocorreu em 2016 no Reino Unido. Na época, o CMA (Competition and Markets Authority) exigiu que os nove maiores bancos do país permitissem o acesso direto aos seus dados a empresas licenciadas: isso ocorreu após um estudo constatar que os bancos maiores e mais antigos estavam em posição de vantagem desigual em relação à concorrência com outros players. O Open Banking nasceu então como um remédio para fomentar mais inovação e concorrência no setor financeiro.

Desde então, bastante coisa mudou: muitos outros países adotaram regulamentações similares e novos players digitais surgiram no mundo inteiro impulsionando estes novos modelos de compartilhamento de dados.

Surge o próximo passo: Open Finance

A transformação não parou por aí. Em regiões onde grande parcela da população é sub-bancarizada ou até mesmo não possui conta em banco, como na América Latina, o potencial de impacto do Open Banking foi limitado. Isso porque, na ausência de dados bancários para se conectar, as pessoas ainda não seriam elegíveis para os produtos e serviços recém-criados.

Foi por isso que, com a evolução da regulamentação do Open Banking, um novo conceito surgiu em alguns países, como o Brasil e o México, onde as autoridades decidiram estender o escopo deste modelo a outras informações financeiras além das bancárias

“No México, decidimos chamá-lo de Open Finance porque todas as entidades financeiras terão que compartilhar dados através de APIs padronizadas, não apenas os bancos. Isto cobrirá mais de 2.000 provedores financeiros”, explica Dorian Loyo, especialista da Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários (CNBV) do México. 

O que é o Open Finance?

Graças a esta evolução em direção ao Open Finance, empresas inovadoras podem usar dados de múltiplas fontes além dos bancos para construir produtos inovadores e mais inclusivos. Isso engloba dados financeiros de atores digitais como grandes empresas de tecnologia, fintechs ou plataformas de economia compartilhada, assim como entidades tradicionais como instituições fiscais, emissores de seguros, varejistas ou até mesmo fornecedores de serviços públicos como empresas de energia elétrica. 

“Quer seja alguém que paga uma conta de energia elétrica, telefone ou água mensalmente, essa é uma transação que está sendo feita. E esses dados podem ser aproveitados de muitas maneiras para melhorar a vida financeira das pessoas em termos de acesso a novos serviços”, explica Tory Jackson, Chefe de Desenvolvimento e Estratégia de Negócios da América Latina da Galileo.

As fontes de dados diversas também permitem construir novas soluções no mercado B2B, como empréstimos com melhores condições para PJs, graças a dados como o histórico de maquininhas de cartão. Ainda, plataformas de contabilidade e ERPs se beneficiam de poder conectar-se automaticamente aos dados de múltiplas contas de seus clientes, permitindo monitorar a saúde financeira da empresa em tempo real e otimizar processos de gestão e pagamentos.

Como funciona o Open Finance?

Estas novas fontes alternativas de informações financeiras não-bancárias podem ajudar inovadores a obter uma visão mais ampla das atividades e necessidades financeiras reais da população – uma que realmente descreva suas transações diárias, mesmo que elas não ocorram em um banco. Como resultado, a base potencial de clientes das empresas aumenta, uma vez que elas têm a capacidade de desenvolver serviços mais relevantes e feitos sob medida.

  • Isso significa que os usuários podem compartilhar seus dados financeiros – não importa de onde venham – com terceiros através de APIs, acessando novos produtos e serviços adaptados às suas necessidades específicas.
  • Isso dá aos usuários a real propriedade de seus dados e liberdade para decidir como e quando eles querem acessar e gerenciar seus dados financeiros, seja dentro de seu aplicativo bancário móvel ou de qualquer outra ferramenta que eles utilizam no seu dia-a-dia. 
  • Isso se dá por meio de um processo conhecido como consentimento do usuário – seus dados só são compartilhados com sua expressa concordância.

O Open Finance também é onde o potencial para construir serviços financeiros verdadeiramente disruptivos se torna uma realidade, pois permite criar modelos de negócios completamente inovadores que aproveitam fontes de dados antes inexploradas.

Além dos dados: o poder dos pagamentos Open Finance

Além da transferência de dados, o Open Finance no Brasil também abriu as portas para um outro tipo de inovação, a chamada iniciação de pagamentos.  A iniciação é modalidade de transferência conta a conta na (A2A) qual usuários podem realizar pagamentos diretamente de suas contas bancárias a partir de plataformas de terceiros, usando o sistema do Pix como trilho.

No fluxo, o usuário seleciona o pagamento com ‘Open Finance’ no checkout da plataforma digital escolhida. Ele é então redirecionado automaticamente para o ambiente de sua instituição financeira, onde fará sua autenticação e confirmará o pagamento, e então será novamente redirecionado de forma automática para o ambiente original do comerciante. 

Neste formato, o modelo apresenta as mesmas vantagens do Pix em relação a um pagamento instantâneo e de baixo custo, com os benefícios adicionais de maior segurança, melhor experiência do usuário e taxas de conversão mais altas.

Atualmente, o Banco Central trabalha em novas modalidades da iniciação de pagamentos, como Pix QR Code, pagamentos recorrentes, múltiplos pagamentos e pagamentos sem necessidade de redirecionamento.

2023, o ano do Open Finance

Estas características fazem do Open Finance um ajuste perfeito para a América Latina, uma região onde a vida financeira dos usuários não acontece exclusivamente dentro das paredes dos bancos. Em parte, porque parte da população ainda é mal servida pelas instituições financeiras tradicionais: apenas 51% dos adultos da região são proprietários de contas bancárias. E porque as fintechs estão visando esses clientes com soluções digitais.

De acordo com nosso relatório Panorama do Open Banking na América Latina, em que analisamos como esses modelos estão evoluindo na América Latina, 2023 verá um aumento na adoção de modelos de Open Finance, tanto no compartilhamento de dados quanto nos pagamentos A2A. Este crescimento será impulsionado por vários fatores, segundo especialistas, como um ambiente regulatório mais favorável (particularmente no Brasil, já considerado um potencial líder global no Open Finance) e maior visibilidade sobre seus benefícios entre os usuários finais e as empresas. 

Enquanto 38,4% consideram que a regulamentação continua sendo o maior desafio, 90,2% acreditam que as empresas devem se antecipar e começar a tomar medidas para sua implementação. Os fornecedores de tecnologia, como as plataformas de dados e pagamentos de Open Finance, ajudarão a construir as infra-estruturas necessárias para torná-la realidade, facilitando uma transição suave para este novo cenário. Quer saber mais sobre os benefícios do Open Finance para instituições financeiras? Baixe nosso estudo para mais detalhes.

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